domingo, 14 de maio de 2017

Narrativa (entrevista)



TEMA: O LEITOR QUE A ESCOLA ME FORMOU
TÍTULO: Mesmo sendo difícil, é possível.


Cristiane da Conceição Silva, nascida em março de 1989, natural de Atalaia no estado de Alagoas, cursou o ensino fundamental na escola de 1º Grau João Cordeiro de Souza Junior. Deu seguimento aos estudos na Escola Estadual Floriano Peixoto, formou-se em Letras pela Universidade Federal de Alagoas, especializou-se em Mídias na educação pela mesma universidade. A partir dos conhecimentos obtidos em sua formação e também suas experiências vividas, atua como professora de Língua Portuguesa em uma escola do estado de Alagoas.
A história contada a seguir é estruturada a partir de uma entrevista realizada com uma professora de ensino médio chamada Cristiane.
Ao iniciar a entrevista com a professora, perguntei-a sobre como foram seus primeiros anos escolares e, segundo a entrevistada, a escola, ao que parece, não a envolveu no mundo das leituras, porque as atividades realizadas em sala de aula eram reproduções, como, por exemplo, repetir o que estava escrito na primeira linha do caderno nas demais linhas, cobrir as letras ou copiar o que estava no quadro negro. De acordo com Cristiane, as crianças não foram apresentadas à leitura de livros - nem mesmo infantis-, primeiro a escola não tinha uma biblioteca, segundo a quantidade de livros didáticos não era suficiente para todos os alunos.
Perguntei se ela não se sentia distante dos livros e se houve falta de incentivo ou estímulo, mas Cristiane respondeu que a partir da chamada 5ª série, deu-se início sua jornada e prazer ligados à leitura. Recebeu um livro de Língua Portuguesa que continha narrativas que para a maioria dos colegas eram “enormes”, mas que para ela eram viagens que levavam a novos mundos, a apresentavam a novas pessoas, proporcionavam conhecimentos além de sua casa, além de sua rua, além do âmbito escolar. Gostava de ler livros de outras séries, até mesmo alguns deixados no canto na escola.
Continuamos nossa conversa sobre a sua inserção no mundo da leitura, então indaguei sobre o que isso trouxe de benefícios para sua vida, para sua formação e ela prontamente me respondeu que colaborou para um bom ensino médio, visto que a maioria de seus colegas de classe tinham dificuldades para interpretar textos nas aulas de Língua portuguesa ou mesmo problemas matemáticos. E ainda continuou...Afirmando que sua vida escolar, mesmo que precária em alguns momentos foi decisiva nas suas escolhas futuras como, por exemplo, a faculdade.
Já que chegamos a essa parte, fiz algumas perguntas: Como foi o início do curso? Sentiu dificuldades com os textos das ementas? Algum momento pensou em desistir, por qualquer motivo? A entrevistada me disse que sentiu dificuldade, como a maioria, mas foi além e não lia apenas os textos propostos pelos professores, buscava leituras complementares. E seus desafios eram também a fonte de sua vontade de continuar.
Solicitei que citasse alguns livros com os quais já teve contato ou conseguiu realizar a leitura por completo. Ela elencou alguns: Vidas secas (duas vezes), A hora da estrela, A cabana, A árvore que dava dinheiro, A lei de diretrizes e bases da educação, além de alguns de suspense e ficção, alguns que faziam sucesso na época, alguns romances, muitos contos, muitas crônicas, muitas resenhas, entre outros. “A partir disso não parei, fiz minha pós para enriquecer meus conhecimentos e me engrandecer enquanto cidadã”. (Cristiane, professora)
Finalizei a entrevista perguntando: Você acredita que a escola te transformou em uma leitora? Se sim, que tipo de leitora você se formou? E a resposta recebida foi: Não podemos depender só da escola para sermos leitores, ela ajuda bastante, com um esforço contínuo de professores, mas que às vezes é insuficiente. Logo, faz-se necessário aproveitar o que temos, porém não nos contentarmos. E frisou que é importante compartilhar conhecimento com outros: sejam colegas de turma, amigos, irmão vizinhos, pais ou mães. Segundo Cristiane: “A escola indicou, em alguns momentos, caminhos, segui esses caminhos e fui além”.
            Com a entrevista narrada acima, concluo afirmando que a escola é um fator fundamental na formação do leitor, com a colaboração dessa instituição, de toda a comunidade escolar é possível ser inserido no maravilhoso universo da leitura, mas que é necessário querer e sempre buscar aproximar mais e mais pessoas para esse ambiente, pois muitos acham difícil ler e nem tentam. Mas é bom destacar que ao ser inserido, dificilmente sairá do mundo dos livros, da leitura.
Abaixo segue uma tirinha para demonstrar a diferença de quem já conhece livros e autores, e a visão de alunos que não tem o mesmo conhecimento.


            

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